sábado, 6 de junho de 2009

Racismo na Escola


Preconceito e Educação juntos na experiência de vida e formação do negro.

No dia 20 de novembro, é comemorado o Dia da Consciência Negra, no Brasil, a data lembra a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra à escravidão, assassinado em 20 de novembro de 1695.

"Zumbi representou a idéia de liberdade e a possibilidade de criação de um território livre dentro de um país que, na época, era colônia de Portugal", ressaltou Oliveira Silveira, membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e um dos idealizadores da celebração de 20 de novembro.


Para os negros é uma conquista muito honrada, que vem ganhando força a cada ano, onde vários e estados e municípios passam a decreta feriado em respeito à data. Entretanto muitas pessoas não dão o valor, respeito e nem liga, quando o assunto é o preconceito.


“O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebida, onde a principal função é valorizar as diferenças e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros”, afirmou Lorena Souza, mestre em geografia e professora da Universidade Federal de Goiás.

Educação

Nas escolas, em tese um ambiente de inclusão social, o preconceito e a discriminação racial contra negros extrapolam as brincadeiras de mau gosto entre alunos, na maioria das vezes, toleradas ou recebidas com indiferença pela parte ofendida.


Pelo menos é isso que demonstraram as pesquisas de dissertação de mestrado e que agora está na coletânea de livros “Educação e Relações Raciais”, lançada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).


Diante de estudos e pesquisas apontando o Brasil como pais racista em pleno século XXI, como essa escolas estão trabalhando esse tema com os alunos? Será que os educadores sabem lida com essa situação?
Tânia Gomes dos Santos, formada em letras e professora da rede Publica de Ensino, acha que o professor, mesmo vivendo em uma sociedade racista, particularmente não se reconhece como racista.

Racismo é a tendência do pensamento ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras.
“Eu não tenho vontade de estudar”, diz a aluna.
Jéssica tem 12 anos, estudante 4° sério do ensino fundamental, da Escola Pedro de Camargo, já conhece o peso do preconceito. Sua cor de pele, seus cabelos crespo, e além de esta um pouco fora do peso para sua idade, é alvo constante de piadinhas entre os colegas.

“Os colegas ficam me chamando de cabelo de pixaim, falam que sou gorda, pretinha e outras coisas”, diz envergonhada.

Para reforçar a idéia, a psicóloga Scheila de Moura Alves, do grupo de mulheres Malunga, relata que “esse comportamento, observa, dificulta qualquer mudança, já que para mudar é necessário, antes de tudo, admitir o racismo”.

“A referência negativa ao negro, ao cabelo afro e ao vestuário é marca, mais explicitamente mencionada nas situações de ofensas raciais por onde passam despertam olhares de curiosidade e aceitação por uma parte da sociedade”, concluiu.

Organizaçoes da Sociedade Negra

O Grupo de Mulheres Negras Malunga é uma organização da sociedade civil, feminista, sem fins lucrativos, fundada em Goiânia em 1999. O Malunga é composto por profissionais de diversas áreas que desenvolvem atividades relacionadas à estética afro, vestuário, maquiagem, culinária e promoção da saúde, educação com ênfase em saúde mental, na perspectiva de gênero e raça.

Na avaliação da Sônia Cleide Ferreira, que é militante do movimento social Mulheres Negras Malunga, a estética afro tornou-se um dispositivo permitindo mais “liberdade ao preconceituoso na hora de expressar suas idéias racistas sem fazer menção à cor da pele”, afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

;

Discover !